Sobre Dívidas I


Uma pesquisa divulgada pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (ANEFAC) mostrou que, em média, os custos financeiros correspondem a quase um terço do orçamento total das famílias brasileiras com renda entre um e cinqüenta salários mínimos. [1] Considerando que neste percentual não está incluído o principal da dívida, é razoável concluirmos que o endividamento das famílias brasileiras é, no mínimo, preocupante. Outra pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas, divulgada em maio de 2004, apresentou o seguinte um quadro: A Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) revelou que 85% das famílias sentem alguma dificuldade para chegar ao final do mês com seus rendimentos. [2]

Vejamos as considerações da Revista Época sobre o assunto:
Sobra cada vez mais mês no final do salário - e a pilha de contas a pagar tende a ficar perigosamente maior do que o dinheiro que entra. O número de brasileiros enrascados na ciranda das dívidas e no pesadelo da inadimplência cresce com a mesma rapidez com que uma cobrança chega à porta de casa. Os meses são intermináveis para quem não consegue resolver a matemática dos gastos e recorre a empréstimos com juros estratosféricos para conseguir fechar as contas. [3]

As considerações da Revista Isto É seguem uma linha semelhante:
A imagem estampada nas duas páginas anteriores resume com precisão as atuais angústias econômicas e financeiras dos brasileiros: o buraco do ralo é grande; a vazão da torneira, pequena. Pesquisas, teses e manifestações de desespero por todos os lados mostram que pouquíssimas vezes a classe média esteve tão quebrada ou a caminho da falência.
[4]

E ainda: “Quem toma empréstimo corre o risco de perder controle dos débitos. Em pesquisa recente da InterScience, 80% dos 500 entrevistados se disseram muito preocupados com os juros e com medo de não conseguir pagar suas dívidas.” [5]

Pondere sobre o caso do analista Ricardo Thome.
O analista de sistemas Ricardo Thome, de 27 anos, é um típico gastador compulsivo. Ele reconhece o problema e atribui o aperto que está vivendo a sua falta de disciplina. Apesar de ter emprego fixo, ganhar bem e ser solteiro, Thome está há mais de seis meses no vermelho. Curiosamente, sua situação piorou quando ele foi contratado. Até outubro, ele tinha uma empresa e prestava serviço para um grande cliente. Recebia R$ 6 mil. Quando essa empresa resolveu contratá-lo com um salário um pouco menor, seu rendimento líquido caiu 40% por causa dos descontos feitos na folha. Como ele já tinha um padrão de gastos alto, com financiamento de carro novo e mensalidade de faculdade, entrou no vermelho e não conseguiu mais sair. Aflito, tentou resolver o problema trocando um Fiat Marea por uma picape Strada, o que aliviou a situação, mas não resolveu. 'Deveria ter sido mais radical', diz. Outro erro foi ter feito um empréstimo no banco para pagar uma dívida de R$ 2 mil do cartão. A operação em si não era ruim, já que os juros do banco eram menores. Ocorre que, ao fazer isso, Thome voltou a usar o cartão de forma descontrolada em vez de cancelá-lo. Dois meses depois, tinha a pendência com o banco e uma nova dívida no cartão. Agora, para resolver de vez, quer vender a Strada por R$ 16 mil. 'Reconheço que meu problema sempre foi um pouco de desleixo', diz.
[6]

Em minha experiência como educador financeiro, o que tenho notado é que este mal do endividamento atinge indistintamente, cristãos e não cristãos. No entanto, não deveria ser assim, pois o leitor atento da Bíblia vai encontrar diretrizes mais que suficientes para, pelo menos, evitar as dívidas.

Luis Gervino é coodenador da UDF, prof. e teologo Idealizador do site VERDADEIRAS RIQUEZAS e organizador do livro e do Seminário LIBERDADE ECONOMICA . (lgervino@gmail.com)


[1] Revista Veja, Edição Especial No 21, Ano 35, No 1780 A, Dezembro de 2002

[2] www.ibge.gov.br

[3] Como Sair do Negativo, Revista Época, Edição 269, 14/07/2003

[4] Não deixe seu dinheiro ir por água abaixo, Revista Isto é No 1848, 16/03/2005

[5] Freada no Crédito, Revista Isto É Dinheiro, Edição 466, 23/08/2006.

[6] Como Sair do Negativo, Revista Época, Edição 269, 14/07/2003

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