Investimento

Investimento - Arriscado demais?

Nestas últimas semanas a mídia tem abordado bastante a queda nas bolsas de valores de todo o mundo, tendo como causa problemas originados em questões relativas a hipotecas nos Estados Unidos. Muitas pessoas que tem aplicação em ações de empresas começam a se perguntar se vale a penas correr o risco e continuar com este tipo de aplicação ou partir para outros tipos de investimentos, mais seguros. Ocorreu-me então que poderia aproveitar o ensejo e refletir com você mais uma vez sobre essa questão de investimentos.

Por que investir?
Eu acho que a razão básica pela qual necessitamos investir é que nossas necessidades ultrapassam o presente, ou seja, vão além deste momento que estamos vivendo agora. Então como eu sempre digo em minhas palestras, ‘não podemos comprometer toda nossa renda com nosso estilo de vida’. Desta forma necessitamos separar algum dinheiro para atender a necessidades emergenciais (conserto de eletrodomésticos, saúde, etc.), como também a necessidades de médio e longo prazos). Também não podemos esquecer das contas anuais (IPVA, IPTU, matrícula da escola, seguros, etc.) que igualmente precisam ser reservadas ao longo do ano.

José - Um exemplo clássico
Um caso clássico de investimento foi a de José, filho de Jacó, narrado no livro bíblico de Gênesis. José havia interpretado um sonho do faraó. O sonho dizia respeito a dois períodos distintos: 7 anos de fartura, seguidos de 7 anos de fome rigorosa. Como primeiro ministro, José implementou um plano audacioso de reservar 20% de toda a produção agrícola do Egito durante os sete anos de fartura. O resultado foi tão impressionante que os relatos dão conta de que a quantidade de provisões reservadas não podiam ser mais contadas, pois ultrapassou os limites numéricos usados na época. Estas reservas foram usadas para fazer face às necessidades durante os sete anos de fome seguintes.

Um fenômeno que se repete
Podemos racionalizar que o exemplo de José foi específico. Bem, sob o aspecto histórico eu diria que sim. No entanto, ao longo de minha vida tenho notado que este fenômeno de vacas gordas e vacas magras se repete na vida das pessoas, famílias, igrejas, empresas e outras instituições. Ou seja, sempre haverá períodos mais tranqüilos seguidos por períodos mais difíceis. O problema é que, ao contrário de José, o que constato é que se gastou tudo nos períodos de abundância e nada restou para quando as dificuldades chegaram. Muitos perderam literalmente tudo. Mas a boa notícia é que ainda é tempo de recomeçar.

E a rentabilidade?
Veja que o primeiro passo que você necessita dar para ser um investidos é: conseguir separar algum dinheiro. Isto parece ser muito simples, e realmente é, pelo menos teoricamente. Onde está a dificuldade? A de colocarmos em prática. Isto acontece porque, em geral, as pessoas, famílias e instituições estão muito endividadas, portanto, com muita pressão nos gastos. Agora, racione comigo. O que adiante você separar, por exemplo 5% da sua renda e colocar numa poupança se você estiver pagando 10% ao mês de juros no cheque especial ou na dívida do cartão de crédito. É evidente que você precisa primeiro sair deste endividamento angustiante para depois começar a investir.

E o risco?
Tiago, irmão de Jesus nos surpreende com a seguinte declaração: “Vocês nem sabem o que lhes acontecerá amanhã! Que é a sua vida? Vocês são como a neblina que aparece por um pouco de tempo e depois se dissipa”. Precisamos entender que o risco é inerente à própria vida. E não é por causa dele que vamos deixar de viver ou de fazer as coisas necessárias. O investimento é necessário. Agora, é importante não colocar todos os ovos numa cesta só, pois, como nos diz o sábio rei Salomão: “Reparta o que você tem com sete, até mesmo com oito, pois você não sabe que desgraça poderá cair sobre a terra”.
Sucesso!

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